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Empresário segue desaparecido em Alvorada do Sul

Homem de 39 anos estava em barco de pesca que virou na Represa Capivara na tarde de quinta-feira

Marcos Zanuto
Pessoas acompanharam apreensivas as buscas feitas pelos bombeiros ontem
Alvorada do Sul - Equipes do Corpo de Bombeiros de Londrina tentavam até o início da noite de ontem localizar o empresário Augusto Henrique Barbosa de Almeida, de 39 anos, desaparecido desde a tarde de quinta-feira na Represa Capivara, em Alvorada do Sul. O empresário de Cambé aproveitava o feriado prolongado com a família quando seguiu para um passeio de barco com a mãe e a esposa por volta das 16 horas. Minutos depois, o barco de pesca virou e os três caíram na represa.

Uma moradora de Londrina que pescava com a família próximo ao local do acidente se aproximou com um outro barco para resgatar o empresário. "O tempo estava bom, mas ventava muito. Não achamos o rapaz. As moças gritavam que não sabiam nadar. Depois do resgate, a mãe dele se jogou na areia e gritou desesperada pelo filho", contou. A moradora preferiu não se identificar.

O acidente mobilizou turistas que estavam às margens da represa. O morador de Cambé Dirceu Junior Souza partiu com outro barco em direção ao local do acidente. "O pai do rapaz correu para nos pedir ajuda. Ele gritava: ‘Perdi meu filho!’. A gente foi até lá com o pai dele, mas não achou nada", lamentou.

Almeida, a esposa e a mãe dele não usavam coletes salva-vidas. "O rapaz também não tinha levado a chave de segurança para parar o motor. Mesmo virado, o barco ficou ligado rodando em círculos até os bombeiros chegarem. A gente não conseguia chegar perto", explicou Souza. O barco de alumínio mede seis metros de comprimento.

A prainha de Alvorada do Sul, como é conhecida pelos turistas, estava pouco movimentada na tarde desta sexta-feira. As pessoas acompanhavam apreensivas a movimentação do Corpo de Bombeiros. As buscas já duravam mais de 24 horas. De acordo com o sargento Marcos Alves, a operação estava concentrada no local aproximado onde ocorreu o acidente. "Há muitos galhos para fora do rio. Estamos verificando esses locais para ver se ele não ficou enroscado. A falta de referência do local exato prejudica as buscas, mas o corpo deve ter se deslocado pouco. Não há muita correnteza por aqui", destacou.

Alves afirmou ainda que, com o tempo quente e abafado, o corpo deve subir à superfície da represa até este domingo. A extensão da prainha, segundo ele, não favorece a realização de buscas por mergulho. Nesta sexta-feira, os trabalhos foram realizados das 8 às 19 horas. As buscas devem ser retomadas na manhã de hoje. O bote de resgate foi deixado em uma chácara no local. "Não há muitas ocorrências de afogamento por aqui, mas é preciso cautela para evitar acidentes como esse", reforçou o sargento.

Cada vez que os bombeiros retornavam às margens da represa, a família se aproximava em busca de notícias. "Quando ele afundou, eu já estava com a esperança perdida. Em um lugar daquele, quando afunda e não volta em seguida... Tem lugar aqui com 10, até 15 metros de profundidade. Não sabemos exatamente onde ele caiu", lamentou o pai do empresário, José Gomes de Almeida.

O aposentado estava inconformado com o acidente. "Tinha quatro coletes dentro do barco. Eles não usaram nenhum. Eu uso sempre", disse com os olhos marejados.
Viviani Costa
Reportagem Local-folha de londrina
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