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Fazer o bem sem olhar a quem

Famílias ganham casa, escola, praça e ginásio de esportes em projeto social de Cambará

Fotos: Gustavo Carneiro
O prédio onde funcionam a Escola Municipal Caetano Vezozzo e o Colégio Estadual Angelina Ricci Vezozzo se destaca pela limpeza, organização e infraestrutura oferecidas aos 600 alunos
As atividades na horta da escola motivam alunos, que levam a ideia para suas casas
As 80 casas construídas na Vila Rotary transformaram a realidade de muitas famílias carentes, como a de Adriele
Cambará - Uma visão empreendedora e uma parceria entre instituições dispostas a ajudar o próximo mudaram a vida de mais de 400 pessoas diretamente. Formada por 80 casas que foram entregues em 2002, a Vila Rotary fica em Cambará e foi idealizada graças ao trabalho conjunto dos Rotarys Clubes de Londrina, Cambará, Estados Unidos e Itália. A construção e entrega das casas para famílias carentes foi o primeiro passo de uma série de melhorias implementadas no bairro.

A escolha por desenvolver um projeto como este na cidade de Cambará foi do empresário da rede hoteleira Alceu Vezozzo. Ex-diretor do clube de serviço, ele é nascido em Cambará e amante da cidade. De acordo com o empresário, o objetivo era promover o resgate de uma região muito pobre e o resultado está aparecendo aos poucos. "Fizemos o bairro para agasalhar gente extremamente pobre que não tinha onde morar. Selecionamos as famílias mais carentes e com maior número de filhos para habitar as casas e a nossa condição era passar a escritura de doação do imóvel no nome da mulher", explica Alceu. Ele lembra que o projeto foi possível porque o município executou a infraestrutura de água, esgoto e iluminação, necessária para a construção do bairro.

Depois de entregues as casas, a parceria entre os clubes foi encerrada, mas Alceu queria continuar ajudando aquela gente, foi então que decidiu construir uma escola, uma praça e um ginásio por conta própria. Para formalizar a doação e continuar investindo no bairro, o empresário criou o Instituto Bourbon. "Antes eu, minha mulher e meus filhos fazíamos os aportes financeiros por meio dos Hotéis Bourbon, há pouco mais de um ano criamos o instituto para organizar melhor as doações e estamos caminhando para torná-lo uma instituição de utilidade pública", salienta. Conforme ele, a criação do instituto teve o objetivo de formalizar uma ação que já vinha sendo desenvolvida há muitos anos.

Os planos de investimento na Vila Rotary continuam. Vezozzo quer agora oferecer cursos técnicos e profissionalizantes. "Eu me dedico muito àquilo, estamos comprando terrenos vizinhos para fazer a ampliação das casas e do complexo escolar, quero construir uma escola para oferecer cursos regulares e contínuos em parceria com o Senai e o Senac", comenta. De acordo com o empresário, nos 14 anos de atuação, a região do bairro passou a ter mais de cinco mil habitantes. "Eu penso que quem pode, deve. Se eu posso eu devo. São famílias muito pobres e carentes, temos que dar a eles o melhor possível", aponta.

Com esta visão, Alceu fez questão de oferecer a melhor infraestrutura aos alunos da Escola Municipal Caetano Vezozzo e do Colégio Estadual Angelina Ricci Vezozzo, que funcionam em um único prédio. Com salas de aula climatizadas, laboratórios de informática e química, anfiteatro, aulas de música e horta, os alunos se sentem motivados e o resultado aparece nos boletins. "As crianças passam mais da metade do seu tempo na escola. Eu penso que um ambiente sem luxo, mas com bom gosto e bem construído é importante para a formação delas", defende. "Eu quero que eles vislumbrem um mundo melhor e lutem para conquistar isso", complementa.

No ano que vem um grupo de alunos da escola vai prestar vestibular e o empresário já está se organizando para possibilitar que os estudantes venham para Londrina fazer o concurso. "Vamos oferecer uma profissão, cuidar para que eles se tornem bons cidadãos, bons pais de família e pessoas conscientes das necessidades que as cidades e o estado têm. Aquilo não é um centro de filantropia, é um centro de suporte para formar pessoas e torná-las bons cidadãos", justifica.
Michelle Aligleri
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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