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Tentativa de acordo fracassa no primeiro dia de greve

Professores deixaram encontro com governador sem avanços na negociação

Theo Marques
Reunião entre governo e grevistas durou cerca de três horas
Curitiba - Ontem, no primeiro dia de paralisação de professores e funcionários da rede pública de ensino no Paraná, não houve avanços nas negociações entre a categoria e o governo do Estado. Uma reunião de três horas no Palácio Iguaçu entre grevistas e governo só deixou a certeza de que a greve continua. Um novo encontro está agendado para hoje.

Professores e demais servidores da rede pública de ensino cruzaram os braços e afetaram as aulas em 76% das escolas estaduais. De todas as 2.149 instituições do Paraná, 22% ficaram completamente sem aulas e outras 54% tiveram paralisação parcial no primeiro dia de greve. Manifestações foram registradas em várias cidades do Paraná.

Na capital, os grevistas conseguiram agendar uma reunião com o governador Beto Richa e secretários de governo após protestos realizados durante sessão plenária da Assembleia Legislativa. Após a reunião, a presidente da APP Sindicato, Marlei Fernandes, confirmou que, sem acordos, as escolas continuam sem aulas. "Nós não chegamos ainda a um patamar para que pudéssemos chamar uma assembleia para definição dessa greve", disse.

São, ao todo, 50 pontos de reivindicações dos grevistas. Destes, 13 seriam mais importantes, segundo o secretário de Educação do Paraná, Paulo Schmidt, para a continuidade das negociações e apenas seis destes foram definidos como prioridade: piso salarial, pagamento dos débitos das progressões e promoções, hora-atividade, auxílio transporte, aumento salarial para funcionários e pagamento do profissional não concursados pela habilitação.

O governo ainda não fez uma nova proposta de aumento salarial e mantém a sugestão de reajuste de acordo com a inflação (6,06%). Os professores pedem o pagamento do piso nacional do magistério. De acordo com o secretário, pesam para dificultar as negociações questões legais e financeiras. "Temos que avaliar tanto o ponto de vista legal, por estarmos em um ano eleitoral, e as implicações da Lei de Responsabilidade Fiscal."

Em Londrina, uma confusão marcou o início da greve dos professores. No Colégio Estadual Newton Guimarães, professores que não aderiram à paralisação foram, de certa forma, ‘repreendidos’ por membros do movimento que estavam na rua fazendo panfletagem. Houve tumulto e a Polícia Militar foi acionada. Segundo a diretora da escola, Sueli Braga, a entrada de quem queria trabalhar estava sendo impedida. "A decisão de optar ou não pela greve é individual. Quem não quiser parar deve ter o seu direito respeitado. E não foi o que houve aqui hoje", criticou.

De acordo com o diretor de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (APP Sindicato), Nelson Antonio da Silva, a presença de membros do sindicato em frente às escolas é apenas para esclarecer professores, funcionários e até mesmo pais que não têm conhecimento integral da pauta de reivindicações. "A partir de amanhã (hoje) de manhã as crianças e adolescentes não terão mais aulas. Queremos adesão de 100% das escolas e estamos trabalhando nisso", declarou.

No total, são 77 colégios estaduais em Londrina e cerca de 8 mil professores. (Colaborou Marian Trigueiros/Reportagem Local)
Rodrigo Batista
Equipe Bonde-FOLHA DE  LONDRINA

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