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Beto reitera que reajuste não passará dos 5%

Na primeira aparição pública após "Batalha do Centro Cívico", governador descarta novo índice para funcionalismo e volta a defender ação da PM

Theo Marques
Beto Richa participou da cerimônia de troca do comando da PM e chamou mais atenção do que o coronel Mauricio Tortato
Curitiba – A presença do governador Beto Richa (PSDB) à cerimônia de posse do novo comandante geral da Polícia Militar, coronel Mauricio Tortato, ontem, em Curitiba, após algumas semanas sem comparecer a solenidades públicas acabou chamando mais atenção do que a própria troca de comando. Principalmente porque o governador voltou a defender a ação dos policiais militares (PMs) no dia 29 de abril. Ele repetiu que a violência na manifestação dos servidores começou por grupos radicais que queriam o confronto e que "foram para cima dos policiais, atirando inclusive pedras retiradas do calçamento do petit-pavé do Centro Cívico". Disse ainda que os PMs estavam garantindo o patrimônio da Assembleia Legislativa e a segurança dos deputados estaduais.

Beto Richa também criticou a greve dos professores e servidores de escolas estaduais, iniciada em 27 de abril. Em entrevista minutos antes de começar a troca de comando da PM, ele disse que 5% é o índice máximo que o governo vai oferecer ao funcionalismo. "O preço mais caro têm pago os nossos alunos, que não deveriam ficar no meio dessa pendenga. Oferecemos 5% de reajuste ao funcionalismo, até onde poderíamos chegar sem maiores prejuízos a nossa população, lembrando, e é sempre importante ressaltar, que nos últimos quatros anos concedemos o maior aumento salarial da história do Paraná aos professores. Acredito, depois de conversar com muitos políticos e governadores de outros estados, que é o maior aumento do Brasil, 60%, o que representa nos últimos quatro anos um aumento com ganho real em torno de 32%, ou seja, acima da inflação", argumentou.

COMANDO 

O coronel Maurício Tortato assumiu ontem o comando-geral da PM com a preocupação de melhorar a imagem da corporação perante a população paranaense após a batalha do Centro Cívico, em 29 de abril. "Eu tenho certeza de que, com muito trabalho, muito respeito, nós iremos reconquistar todo esse processo", afirmou. Tortato ocupa a cadeira antes ocupada pelo coronel César Vinicius Kogut, que pediu exoneração do cargo no dia 7 de maio, após o desgaste causado pelo confronto com os servidores e os desmembramentos daquela ação - o então secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná, Fernando Francischini, responsabilizou a PM sobre a ação violenta do Centro Cívico. Essas declarações, por sua vez, provocaram a reação de Kogut e de outros 15 coronéis, que acabaram assinando uma carta de repúdio ao secretário. Francischini também pediu demissão no dia 8 de maio.

Tortato estava em férias no final de abril e por isso não acompanhou a ação da PM no dia da manifestação do Centro Cívico e não assinou a carta de desagravo ao então secretário Francischini. Mas o novo comandante afirmou que se estivesse presente na corporação também teria assinado a nota. Ele afirmou ainda que não se comprovou denúncia veiculada na imprensa e redes sociais de que um grupo de policiais militares teria sido punido por se recusar a partir para o confronto contra os servidores estaduais. Sobre o inquérito interno que apura a conduta dos policiais na manifestação do Centro Cívico, o comandante explicou que as apurações continuam e estão sendo feitas com o acompanhamento do Ministério Público (MP).
Adriana De Cunto
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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