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UEL para por uma semana

Professores e servidores suspendem atividades atĂ© que projeto que altera ParanaprevidĂȘncia seja votado na AL, o que deve ocorrer no dia 30

Gina Mardones
Professores, alunos e servidores da UEL fizeram passeata e assembleia ontem no centro em protesto contra a polĂ­tica educacional do governo estadual
Londrina – A semana que vem serĂĄ de paralisação total nas principais universidades estaduais do ParanĂĄ. AlĂ©m dos professores das universidades de MaringĂĄ (UEM), Ponta Grossa (UEPG), do Oeste (Unioeste) e do Centro-Sul (Unicentro) jĂĄ estarem em greve por tempo indeterminado, docentes, servidores e estudantes da Universidade Estadual de Londrina (UEL) se reuniram ontem, em assembleia unificada na Concha AcĂșstica, centro da cidade, para decidir que tambĂ©m vĂŁo suspender as atividades enquanto o projeto de lei sobre as mudanças no ParanaprevidĂȘncia estiver em votação na Assembleia Legislativa.

A previsĂŁo, conforme os representantes sindicais, Ă© que a proposta do Executivo faça parte da pauta dos deputados jĂĄ na prĂłxima segunda-feira. Considerando que a matĂ©ria deve ser votada em dois turnos, na terça e quinta-feira, e que na prĂłxima sexta serĂĄ feriado por causa do Dia do Trabalhador, Ă© certo que a paralisação na UEL ocorrerĂĄ pelo menos durante toda a semana. Ontem jĂĄ nĂŁo houve atividades na universidade. AlĂ©m da assembleia na Concha, a comunidade acadĂȘmica saiu em passeata pelo CalçadĂŁo. Integrantes da mesma base sindical, a Universidade Estadual do Norte do ParanĂĄ (Uenp) e o campus de Apucarana da Universidade Estadual do ParanĂĄ (Unespar) farĂŁo assembleias especĂ­ficas para decidir se aderem ou nĂŁo Ă  paralisação.



O presidente do Sindiprol Aduel, entidade que representa os docentes da UEL, Renato Barbosa, explica que a categoria estĂĄ trabalhando com a perspectiva de tentar evitar que o governo obtenha aprovação da proposta das retiradas de recursos do ParanĂĄprevidĂȘncia. Ao contrĂĄrio da primeira matĂ©ria, em que era discutida a retirada de R$ 8 bilhĂ”es do fundo de uma sĂł vez, agora o governo propĂ”e que sejam recolhidos R$ 142 milhĂ”es por mĂȘs. Somando todos os repasses atĂ© o fim do mandato de Beto Richa, o montante retirado do ParanĂĄprevidĂȘncia e levado para o caixa do governo deverĂĄ ser de R$ 6 bilhĂ”es, calula o sindicato. "O governo estĂĄ tentando se apropriar do dinheiro do trabalhador para resolver o problema do caixa dele. É uma nova modalidade de tratoraço", define Renato.

CUSTEIO
AlĂ©m do imbrĂłglio do ParanĂĄprevidĂȘncia, os professores tambĂ©m reivindicam que o acordado com o governo sobre o custeio da universidade seja cumprido. AtĂ© ontem, sĂł 60% dos recursos necessĂĄrios para quitar os dĂ©bitos da UEL referentes aos trĂȘs primeiros meses do ano foram enviados pelo governo. A categoria tambĂ©m pede que 297 aprovados em concurso e que ainda aguardam a nomeação sejam convocados pelo Estado.

Os professores alegam que não são culpados do estado financeiro em que se encontra o atual governo. Levantamento feito pelo próprio sindicato mostra que, no primeiro mandato de Richa, a arrecadação cresceu 61%, enquanto a folha de pagamento dos servidores apresentou acréscimo de 35% no período.

Segundo a Assuel, o sindicato dos servidores tĂ©cnico-administrativos da UEL, a universidade vem trabalhando com 40% do efetivo de funcionĂĄrios. A situação tende a piorar com a abertura do novo Restaurante UniversitĂĄrio – a unidade antiga jĂĄ atendia com apenas dois terços do total de servidores necessĂĄrios. "Entendemos que temos pautas e interesses comuns [com os professores]. Um dos nossos objetivos Ă© chamar a atenção da comunidade para o problema que o governo quer resolver tirando dinheiro dos trabalhadores", pontuou o presidente da Assuel, Marcelo Alves Seabra.

O deputado estadual TercĂ­lio Turini (PPS) participou da reuniĂŁo e reforçou que a Ășnica maneira de impedir que o ParanĂĄprevidĂȘncia passe pelas mudanças propostas pelo Executivo Ă© a mobilização com os demais parlamentares. Vinte e oito votos sĂŁo necessĂĄrios para a aprovação da proposta, mas a categoria que quer impedir isso nĂŁo tem mais do que 20 parlamentares dispostos a votar contra. "SĂł uma mobilização farĂĄ com que mudem o voto", diz.
Antoniele Luciano
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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