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Tarifa de energia no Paraná terá aumento médio de 36,4%

Reajuste da Copel, o quarto mais alto entre 58 distribuidoras, entra em vigor na segunda-feira e é 13 pontos percentuais maior que índice nacional

Lis Sayuri
Copel informou que incremento no caixa será destinado a encargos da CDE e para o custo de energia, em especial, de Itaipu
Curitiba - A conta de luz do paranaense ficará, em média, 36,4% mais cara a partir de segunda-feira. O aumento faz parte de um reajuste extraordinário anunciado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e é o quarto mais alto entre 58 distribuidoras de energia que terão a tarifa reajustada. Segundo informações da Copel, o reajuste para o consumidor residencial será de 31,8% e para as indústrias, o aumento médio é de 40%.

Na média nacional, o efeito médio a ser percebido pelos consumidores, ponderado pela receita das distribuidoras, é de 23,4%, de acordo com informações da Aneel.

Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, esse percentual médio chega a 28,7%, enquanto no Norte e Nordeste o aumento médio será de 5,5%. A grande diferença entre os aumentos médios de uma região para outra se dá por dois motivos: o primeiro é a proteção legal que veda uma divisão igualitária dos gastos anuais do setor elétrico pelas regiões do País, fazendo com que as participações do Norte e Nordeste sejam menores.

Além disso, recaem sobre os consumidores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste os custos altos da compra da energia de Itaipu, que sofreu aumento de 46%, em dólar. E com a elevação da moeda norte-americana, este aumento é maximizado. Como apenas essas regiões fazem uso dessa energia, só elas pagam por estes gastos maiores. Ainda de acordo com a Aneel, o principal motivo para a variação da tarifa de Itaipu foi "o cenário hidrológico adverso de 2014".

De acordo com informações da Aneel, o reajuste tarifário tem como objetivo compensar o encarecimento da energia de Itaipu e o fim dos repasses do Tesouro à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que trouxe um déficit de R$ 23 bilhões a ser dividido entre todos os consumidores do País.

Esse montante de R$ 23 bilhões deve cobrir a diferença entre o que as distribuidoras estão gastando para comprar energia e o que elas cobram dos consumidores. O custo da energia ficou mais caro devido ao uso intenso das usinas termelétricas, em função da crise hídrica pela qual atravessa o País.

Geralmente, as concessionárias de energia do País têm um reajuste por ano. O da Copel é sempre dia 24 de junho. Mas existia o receio de que o caixa das empresas não suportaria os custos que aumentaram a partir do ano de 2014.

O diretor presidente da Copel Distribuição, Vlademir Daleffe, disse que os itens que mais pesaram para a companhia foram a Conta de Desenvolvimento Energético, os custos da energia de Itaipu (já que 20% da energia que a empresa paranaense compra vem de lá) e a energia cara comprada durante seis meses pela Copel a R$ 385 por MWh no leilão de ajuste promovido pela Aneel.

Ele disse que nenhum centavo ficará com a Copel. A diferença irá para encargos da CDE e para o custo de energia, em especial, de Itaipu.

No ano passado, a Copel reajustou a tarifa, na média, em 24,9%. Ainda há um diferimento do reajuste que não foi aplicado nos anos de 2013 e 2014, que soma 15%, e que pode fazer parte do aumento que a Copel terá em 24 de junho.
Andréa Bertoldi
Reportagem Local-folha de londrina
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