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AGRICULTURA - Informação que faz a diferença

Campanha Plante seu Futuro gera redução nas aplicações de defensivos. Produtores da região de Londrina utilizam WhatsApp para troca de informações sobre as lavouras

Marcos Zanutto
O técnico do Emater Paulo Mrtvi com os produtores Vinícius e Cláudio Alves: adoção do manejo de pragas e troca de informações reduziram aplicações de veneno
Uma informação técnica de qualidade pode fazer toda a diferença para a tomada de decisão do produtor rural durante a safra. Conhecendo sua lavoura – entendendo de fato o que se passa em cada talhão - ele pode decidir, por exemplo, se é necessário ou não a aplicação de um inseticida contra lagartas ou mesmo de um fungicida para o controle da ferrugem. Muitas vezes, sem o domínio de técnicas que auxiliam nesses conhecimentos, o agricultor acaba realizando aplicações calendarizadas desnecessárias, onerando seu custo de produção e até mesmo trazendo o descontrole ambiental na propriedade.

Um trabalho realizado pela Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Instituto Emater, Embrapa Soja e diversas outras entidades parceiras mostra que é possível levar informação de qualidade ao produtor e fazê-lo de fato utilizar boas práticas de produção, em todos os níveis. A campanha Plante Seu Futuro chega ao segundo ano com resultados otimistas no que se trata do manejo integrado de pragas e doenças.

Com ações realizadas em 220 propriedades escolhidas, que se tornaram unidades referenciais de tecnologia, foi possível aplicar técnicas de controle de pragas como o "pano de batida" e da ferrugem da soja com a "coleta de esporos". Os resultados encontrados são disseminados para toda a região, inclusive por meio de ferramentas modernas, como o aplicativo de celular WhatsApp, que abrange um grupo de produtores da região de Londrina (veja no boxe).

De acordo com o coordenador da campanha na área de manejos integrados de pragas e doenças, Nelson Harger, a expectativa para o final dessa safra é de que as propriedades acompanhadas pelo programa fechem com apenas 0,5 aplicação de fungicida e 1,7 de inseticida, números inferiores à média estadual, que gira em torno de quatro aplicações de inseticida e duas de fungicida para a safra 2014/15. "A receptividade dos produtores é muito grande, porque eles querem ter a informação em mãos para decidir a melhor estratégia. Com as técnicas que disseminamos, é possível ter a informação exata para entrar ou não com o controle via inseticidas ou fungicidas", explica ele.

Harger salienta que este ano foi bem desfavorável para a disseminação de pragas e doenças e o produtor que realizou aplicações calendarizadas pode ter jogado dinheiro pelo ralo. "Não recomendamos este ano, por exemplo, aplicações para lagartas esfoliadoras nas áreas vegetativas. Inclusive, o controle da Helicoverpa aconteceu naturalmente. O maior problema durante a safra de soja deste ano foi o controle de percevejos e a lagarta falsa medideira", exemplifica.

De forma geral, o coordenador salienta que os produtores paranaenses têm sim acesso a informação, seja por meio das próprias unidades de referência que abrangem diversas regiões do Estado, dias de campo, reuniões de assistência técnica local, entre outras formas. "Estamos em um momento que o agricultor não pode reclamar que não há informação. Muitas vezes, o que acontece é que ele terceiriza a responsabilidade, inclusive para a assistência técnica que o atende e não se envolve com a lavoura como deveria se envolver. Ele acaba programando as aplicações pelo máximo da necessidade, já que há interesses comerciais, e acaba utilizando produtos que não seriam necessários se estivesse utilizando as técnicas de manejo".

FOLHA DE LONDRINA
Victor Lopes
Reportagem Local
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