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Em busca do melhor café do Paraná

Mais de 30 amostras do grão estão sendo avaliadas por oito provadores do Estado

César Augusto
Durante o julgamento são avaliados itens como aroma/fragrância, uniformidade, ausência de defeitos, doçura, sabor e acidez
Nem a baixa expectativa da produção de café paranaense para 2014 – justificada pela geada do ano passado - tirou o ímpeto dos produtores do Estado em produzir grãos especiais e diferenciados este ano. Prova disso é que iniciou ontem em Londrina e segue até hoje, o julgamento da fase regional da 12ª edição do Concurso Café Qualidade Paraná, no Centro de Pesquisa em Qualidade do Café, na sede do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). A competição é promovida pela Câmara Setorial de Café, da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), por meio do Iapar e do Instituto Emater.

Mais de 30 amostras das regiões de Santo Antônio da Platina, Cornélio Procópio, Apucarana, Maringá, Cianorte, entre diversas outras, estão sendo avaliadas por oito provadores do Estado nas categorias café natural, cereja descascado e microlote, voltado aos produtores da agricultura familiar. As amostras iniciaram a disputa na fase municipal, entre 20 agosto e 10 setembro, e agora partem para a etapa regional. Cinco lotes de cada categoria avançam para a última fase, a estadual, com julgamento previsto para o final de outubro.

Disputam a última fase o que há de melhor em relação ao café paranaense, apenas os mais bem pontuados, acima dos 75 pontos na escala da Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA). Para o coordenador estadual do Projeto Café do Instituto Emater, Cilésio Abel Demoner, o concurso é uma forma de incentivar a produção do grão de qualidade no Paraná. "O cafeicultor investe na sua lavoura, focando não apenas em produtividade, mas também qualidade, agregando valor ao produto final e melhorando a renda da família. Hoje, o café especial paranaense tem qualidade para atender os mercados interno e externo", salientou ele.

Durante o julgamento, são avaliados atributos sensoriais pelos provadores, como aroma/fragrância, uniformidade, ausência de defeitos, doçura, sabor, acidez, corpo, after taste (persistência do gosto) e equilíbrio. "Esse café especial precisa ter um ‘algo a mais’ do que a commodity comum. Inclusive uma boa condução na lavoura e também no pós-colheita, o que é de responsabilidade do produtor. Cabe, após isso, aos provadores encontrarem características que torne-o um produto especial", explicou a engenheira agrônoma da Seab e coordenadora da fase regional do concurso, Lorian Voigt Gair.

Por fim, Lorian disse que a busca final, de cada provador, é pelo prazer de um bom café. "Nós temos regiões que produzem cafés com as características daquele local, satisfazendo diferentes nichos de mercado. A remuneração ao produtor, no final do processo, é o que de fato vai dizer o quanto esse café é especial", complementou a coordenadora.
Victor Lopes
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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