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AGRICULTURA - ‘Perder menos para ganhar mais’

Agricultor de Guarapuava produziu mais de 117 sacas de soja por hectare e se consagrou campeão nacional em desafio de produtividade

Marcos Zanutto/04-03-2013
Em média, a propriedade da família Seitz produz 4 mil quilos de soja por hectare
Campeão da região Sul e nacional do Desafio de Máxima Produtividade de Soja, organizado pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb), em parceria com a Basf, o produtor Alexandre Seitz, de Guarapuava, representa bem a nova geração de agricultores que comanda o agronegócio nacional atualmente. Investindo na agricultura de precisão, Seitz, de apenas 32 anos, obteve a impressionante marca de 117,33 sacas de soja por hectare na área de cinco hectares que ele destinou para o desafio em sua propriedade de 1,1 mil hectares que toca ao lado do pai, no Centro-Sul do Paraná. "Participar do desafio é importante porque com base nos resultados do concurso podemos produzir mais para obter melhores resultados comerciais", opina o produtor.

Ele conta seu segredo para tamanha produtividade: "Já trabalhamos com a agricultura de precisão há pelo menos uns cinco anos, principalmente para manter a fertilidade da fazenda em dia. Também nos apoiamos no trabalho da Fapa (Fundação de Pesquisas Agropecuárias) da Cooperativa Agrária, da qual somos associados. Com base nos resultados de campo deles, buscamos a melhor cultivar, a melhor época de plantio, adotamos um espaçamento de 2,5 centímetros para a soja, com alta população de plantas e investimos na adubação nitrogenada na base", elenca o agricultor.

Segundo ele, além de uma área destinada ao reflorestamento, a rotação de culturas também é comum na propriedade. "Plantamos soja e milho no verão e trigo, cevada e aveia no inverno."

Em média, a propriedade da família Seitz produz 4 mil quilos de soja por hectare o equivalente a cerca de 66 sacas de 60 quilos da oleaginosa. No pedaço destinado à pesquisa, os valores mais que dobraram este ano, alcançando 117,33 sacas por hectare.

"Nosso foco é homogeneizar a área e elevar a fertilidade, pois compensa investir no aumento da produtividade, pois assim é possível baixar os custos de produção por unidade produzida até chegar a um equilíbrio", diz Seitz.

Durante o Desafio de Máxima Produtividade de Soja deste ano, o produtor sofreu com a estiagem na fase inicial da safra. Para ele, o clima ainda é um dos fatores agravantes para a agricultura. "Por isso é importante que o produtor tente ao menos controlar as pragas", sugere Seitz, para quem "a meta é sempre perder menos para ganhar mais", ou seja, investir na produtividade para ter mais lucro no fim das contas.

"Este novo recorde de produtividade do campeão nacional atesta o imenso potencial do Brasil na produtividade da soja, tendo como parâmetro a média nacional de colheita que é 50 sacas por hectare", afirma Orlando Martins, presidente do Cesb.

O comitê já abriu inscrições do Desafio Nacional de Máxima Produtividade Safra 2014/2015 com a expectativa dos participantes alcançarem 120 sacas/hectare e, assim, superar o recorde de produtividade de soja do concurso deste ano. As inscrições devem ser realizadas pelo site www.cesbrasil.org.br até o dia 15 de janeiro de 2015 e todas as fichas pré e pós-colheita devem ser preenchidas para concluir a participação. O desafio conta com as categorias campeão nacional (soja irrigada/não irrigada), campeões municipais, estaduais e regionais (soja de sequeiro).
Mariana Guerin
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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