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Comitiva empresarial japonesa mostra vontade de ‘fechar negócios’

Grupo de Ueda oferece tecnologias para fazer desde tratamento de lixo ao fortalecimento do solo e participa de mesas de reuniões com paranaenses

Lis Sayuri
Grupo de empresários e integrantes de órgãos de desenvolvimento locais acompanharam apresentações sobre indústrias asiáticas de vários segmentos
A comitiva de japoneses que participou ontem do seminário empresarial, em Londrina, demonstrou interesse em firmar parcerias tão logo exista contrapartida de empresários da região. Depois de missões de ambos os lados para fortalecer os laços, empreendedores da cidade de Ueda, na província de Nagano, chegaram à cidade com o discurso de que a viagem não era de turismo, mas para "fechar negócios e ganhar dinheiro". O seminário aconteceu no showroom da construtora A. Yoshii.

Um grupo de 20 empresários e integrantes de órgãos de desenvolvimento locais acompanharam apresentações sobre indústrias asiáticas dos segmentos metalmecânico, de bebidas, de alimentos, de enriquecimento do solo e de tratamento de lixo. No fim do encontro, houve mesas de reuniões para formalizar o contato entre brasileiros e japoneses.

Duas possibilidades de negócio interessaram à Integrada Cooperativa Agroindustrial, por exemplo. Uma era a de produção de legumes para uma indústria de conservas e a outra, de desenvolvimento de enzimas que melhoram a qualidade da terra, para elevar a produtividade. "Se conseguirmos viabilizar a negociação, abre-se a possibilidade de diversificação de renda para o agricultor", diz o diretor presidente da Integrada, Jorge Hashimoto, que participou de algumas missões ao Japão.

O presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Bruno Veronesi, afirmou que há outras negociações adiantadas, com destaque para a tecnologia de tratamento de lixo, que reduz em 300 vezes o volume de resíduos. "Estamos contentes porque, em pouco tempo, foram duas visitas de empresários japoneses, o que mostra interesse de buscar o mercado brasileiro", disse.

Segundo o presidente da Câmara do Comércio e Indústria Brasil-Japão do Paraná, Yoshiaki Oshiro, a empresa de tratamento de lixo japonesa tem interesse em sair do Estado já com a parceria concluída. "Temos empresários interessados em fechar negócio em novembro, em Nagano", disse, ao lembrar que ainda serão feitas visitas a Maringá, Cascavel, Toledo e Curitiba.

Estrutura
Para Veronesi, foi também a chance de mostrar como a região Norte do Paraná é hoje mais atrativa do que centros industriais em outros estados. Além de falar sobre a criação de dois parques industriais locais e do fortalecimento do Parque Tecnológico de Londrina (PTL) - (leia mais nesta página), ele destacou a abundância de água, de energia elétrica e de gás natural na cidade, em contraponto à situação paulista. "Em São Paulo, há indústria que ameaça fechar nesse período de seca, enquanto aqui temos abundância de água."

Oshiro considerou que a transferência de tecnologia é fundamental para desenvolver a indústria local e que o interior ganhou força com as missões, porque boa parte dos asiáticos somente conhecia São Paulo e Rio de Janeiro. "Eles estão vindo para cá porque há situações em que é possível garantir maior sustentabilidade. O custo de operação aqui chega a ser de um terço em relação ao de São Paulo e a qualidade de vida, que é importante para o japonês, é maior aqui."
Fábio Galiotto
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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