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DISQUE DROGAS - Registros para o Ligue 132 aumentaram 66%

Telefonemas do Paraná para serviço federal de combate às drogas cresceram de 213 para 320 em dois anos

Gustavo Carneiro
Segundo coordenadora, como o serviço mantém o anonimato, as pessoas se sentem mais seguras para expor seus problemas
Londrina- O serviço nacional de informações sobre o consumo de drogas, o Ligue 132, registrou 320 telefonemas oriundas do Paraná no primeiro trimestre deste ano. O número representa 66,56% a mais que no mesmo período de 2012, quando foram computadas 213 ligações. Foi em 2012 que o serviço federal gratuito, que visa informar e orientar usuários e familiares, passou a integrar o programa "Crack, é possível vencer".

Curitiba lidera as estatísticas no Paraná, com 57,18% dos chamados - 183. Londrina aparece em segundo lugar, com 12 demandas (3,75%), sendo que oito aderiram ao atendimento personalizado. Logo em seguida aparecem Cascavel e Maringá, que registraram 7 chamadas cada um, o que equivale a 2,18% do total cada.

O serviço funciona 24 horas por dia, de domingo a domingo. O projeto tem por objetivo ajudar dependentes e familiares de usuários a falarem sobre seus problemas e apoiá-los, em razão de dificuldades ocasionadas pelo uso de álcool, tabaco e outras substâncias, lícitas e ilícitas, além de propor intervenção para que seja promovida a abstinência.

"Por ser um serviço que mantém o anonimato e o sigilo garantido, as pessoas se sentem mais seguras e confortáveis para expor seus problemas relacionados com drogas, seja usuário ou familiar", explica a farmacêutica bioquímica Maristela Ferigolo, coordenadora do Ligue 132.

"Os familiares geralmente buscam informações sobre como lidar com o usuário. Ligam para conversar e esclarecer sobre os melhores procedimentos", explicou Maristela. A partir disso é possível investigar o comportamento da família frente ao problema e propor mudanças. "Às vezes, sem saber e sem intenção, os familiares podem contribuir para manter o uso de drogas da pessoa", destacou.

Maristela afirmou que o Ligue 132 não é um atendimento psicológico ou psiquiátrico. Explicou que o serviço oferece apoio aos usuários com o intuito de parar ou diminuir o uso de drogas, aumentar a motivação para mudança do comportamento relacionada ao consumo de drogas bem como o período de abstinência. Por meio dele são respondidas perguntas referentes aos efeitos das substâncias no organismo, locais para ajuda e tratamento.

"No caso de usuários é muito frequente perguntarem como eles podem parar de utilizar a substância e solicitar informações sobre locais de tratamento. Nesses casos são informados três locais conforme conveniência do cliente, próximo ou distante do seu local de moradia", destacou a coordenadora.

Segundo Maristela, a base teórica do serviço é a entrevista motivacional. O consultor (acadêmico da área da saúde previamente treinado e capacitado) busca estabelecer uma relação empática e colaborativa com o usuário a fim de aumentar sua motivação para mudança. Também são utilizadas abordagens da terapia cognitivo-comportamental e prevenção da recaída. O aconselhamento telefônico personalizado é realizado tanto para não usuários (população em geral e familiares) e usuários de drogas (para promover a interrupção do uso).

FOLHA DE LONDRINA
Vítor Ogawa
Reportagem Local
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